quarta-feira, 16 de abril de 2008

Movimento Estudantil, o REUNI e a Assistência ao estudante...

Hoje uma das principais bandeiras do Movimento Estudantil é a Assistência Estudantil, entendemos que uma política de Assistência Estudantil deve garantir as seguintes dimensões: apoio ao desenvolvimento acadêmico; suporte psicossocial;condições de moradia;acesso à alimentação; à saúde e às atividades sócio-culturais e esportivas, além de alternativas de transporte aos locais das atividades acadêmicas.


A Política de Assistência Estudantil não pode ser compreendida como favor, mas sim como responsabilidade do Estado com a formação do cidadão. Devemos discutir a política de permanência e acesso dos estudantes como uma questão de direito para todos.


Somos extremamente críticos ao REUNI, no que diz respeito ao seu impacto na Assistência Estudantil, por mais que o governo alardeie que a verba para assistência aumentou "como nunca antes visto no Brasil", teremos na UFG a partir do ano que vem um aumento considerável no número de estudantes, que encontrará a seguinte realidade: Biblioteca fechada aos finais de semana por falta de funcionários, Restaurante Universitário Privado com uma comida péssima( já discordando de uma pesquisa recente que diz da aprovação dos sobre a comida, desafiamos qualquer um a comer lá a semana toda), pouquíssimas Bolsas de Iniciação Científica(PIBIC) com um valor irrisório 300,00 R$, onde o estudante tem que fazer seus bicos e não pode dedicar-se integralmente à pesquisa.


A expansão responsável que o Movimento Estudantil defende abarca o investimento e melhoria dos serviços odontológicos, psicológicos, creche, e para isso é necessário contratar muito mais funcionários, e remunerá-los dignamente, do que as vagas que estão sendo disponibilizadas pelo REUNI. Discordamos da bolsa permanência que coloca o estudante para substituir o funcionário, devido ao déficit no quadro administrativo vivido pela UFG, exemplo claro que se pode perceber na " bolsa-educação" oferecida pelo Hospital da Clínicas-UFG, onde estudantes de enfermagem substituem enfermeiros, e estudantes de História e Direito substituem assistentes administrativos.


O DCE -UFG entende que o aumento de vagas sem o proporcional aumento de verbas gerado pelo REUNI, só tende a piorar a política de Assistência Estudantil. Se constrói um conto de fadas, em um primeiro momento vem uma verba inicial e devido a tanto tempo sem investimentos na UFG, as pessoas irão se deslumbrar, mas passada a empolgação, verão que as contratações e prédios construídos pouco irão representar frente ao aumento vertiginoso de vagas e conseqüentemente de demandas para a permanência destes novos estudantes. Sabemos que a evasão se dá principalmente nos cursos com maior presença dos estudantes trabalhadores, e a permanência deste aluno está vinculada às condições que a UFG oferece para que ele termine seu curso.


Portanto o DCE-UFG defende como pontos centrais na política de Assistência Estudantil:

  • Resgate do Caráter Público do Restaurante Universitário, possibilitando a auto gestão, maior controle social e conseqüente melhora da qualidade;
  • Ampliação do Restaurante Universitário e da Creche;
  • Construção de Casas de Estudantes no Campus II, e nos Campi do interior;
  • Abertura dos laboratórios de Informática até as 23h para estudantes do noturno e aos finais de semana;
  • Aumento do número e do valor da Bolsa Permanência, sem ter como contrapartida o trabalho do estudante na substituição de funcionários da Universidade;
  • Funcionamento da Biblioteca até as 23h e aos finais de semana;
  • Aumento no número e no valor das Bolsas de Iniciação Científica;
  • Aumento no número e no valor das Bolsas de Extensão;
  • Aumento no acervo das Bibliotecas;
  • Abertura da Biblioteca á Comunidade
  • Garantia de Sistema de Transporte adequado que circule pelos Campi, com a diminuição dos intervalos dos ônibus em todos os turnos;
  • Efetivação de seguro para os alunos que desenvolvem atividades curriculares que caracterizem situação de periculosidade;

Temos certeza que há um interesse em comum em expandir esta Universidade, e que a mesma esteja cada vez mais aberta aos filhos da classe trabalhadora, porém mais que ingressar na UFG, é necessário que os estudantes tenham condições de permanecerem e se formarem cientistas e cidadãos, e assim viverem a plenitude de tudo que uma Instituição universitária de qualidade possa oferecer.

Paulo Winícius Teixeira de Paula (Maskote)

Coordenador do DCE Unidade e Ação

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