sexta-feira, 22 de maio de 2009

Carteira de estudante...

Pelo segundo Ano consecutivo o DCE-UFG está confeccionando a carteira de meia entrada.

Nossa carteira tem um custo de 7 reais (treze reais mais barata que a da UNE).
Os documentos necessários são:
- comprovante de matrícula;
- xerox do RG;
- foto 3x4.


Alem do direito de meia-entrada os estudantes estarão financiando as lutas do Movimento Estudantil e de um DCE independente.
A renda das carteirinhas é dividida entre o DCE e o Centro Acadêmico do Aluno que faz a carteirinha.

Interessados procurar:
- Em Goiânia a sede do DCE ( campus II entre o ICB e o IESA), (62) 35211255;
- Em Catalão O estudante Carlos do curso de História, (64) 99640780;
- Em Jataí o estudante Tiago do curso de História (64) 81152849.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Muda o método mas não muda o mérito...

É com esse título que a reportagem de uma grande revista de circulação nacional inicia às discussões a respeito das mudanças propostas pelo Ministério da Educação para a reformulação dos processos seletivos de ingresso nas Universidades, o tão temido vestibular. O que causa estranheza é a forma distorcida que o referido meio de Comunicação trata o tema, ressaltando ao longo de toda reportagem o mérito daqueles que lograram êxito no vestibular e reiterando as potencialidades dessa nova forma de avaliação. De forma sintética, a nova proposta do MEC consiste na unificação do processo seletivo entre todas as Universidades Federais e também às particulares que manifestarem interesse, e em sua elaboração teria como referência o Exame Nacional Do Ensino Médio (ENEM). Por mais que a prova do ENEM, apesar de algumas incoerências, tenha um formato diferenciado, focando seu modelo de avaliação na capacidade de interpretação e resolução de problemas do aluno e não na memorização dos conteúdos , a proposta do Ministério ainda é nefasta, já que reproduz os vícios do vestibular de forma mais aguda.
Porém, além dessa discussão conjectural com relação ao método mais adequado de avaliação para ingresso na Universidade, surge a necessidade de discutir o cerne da questão, ou seja, o atual modelo de organização da Educação, em todos os seus níveis e esferas. A Educação em nosso país, desde a Educação Básica, deixa muito a desejar no quesito formação ao negligenciar os aspectos da criação e reflexão necessários à prática educacional e ao desenvolvimento de sujeitos ativos no processo de transformação social. A nossa Educação vê-se atrelada ao desenvolvimento econômico, notoriamente dirigida pelos interesses dos organismos multilaterais , prezando pela formação de sujeitos aptos a atender as demandas do Mercado de Trabalho e do crescente processo industrial. Além disso, apresenta-se totalmente direcionado à formação de indivíduos mecanizados, prontamente resignados a aceitar o modelo de exploração e de hierarquização impostos pelo modo de produção vigente.
O vestibular é o próprio retrato desse modelo educacional cristalizado, não é um modelo avaliativo e sim, já em sua gênese, excludente. É classificatório e reproduz a ideologia da meritocracia - perfeitamente aceita e até reafirmada pela sociedade – que diz que os classificados, os vencedores são realmente os melhores. Porém, o que uma prova, tal qual o vestibular, deixa de considerar são as possibilidades que foram oferecidas àqueles que disputam uma vaga, como por exemplo: a educação a que foram submetidos, as condições sanitárias e sócio-econômicas, a inserção precoce no mercado de trabalho. Enfim, as condições históricas nas quais se formaram.

Nesse sentido, somos obrigados a reafirmar que tal modelo de avaliação é inadequado e incoerente, mesmo com as adequações propostas pelo MEC e com outras alternativas, recentemente implantadas, como as políticas afirmativas e de inclusão. Tais medidas se caracterizam como paliativas, já que o problema é estrutural e histórico. A Diretoria do DCE é definitivamente contra a proposta devido ao pouco tempo proposto a esta discussão de grande relevância. Nos apresentamos em oposição em razão do caráter chantagioso da proposta que oferece dinheiro somente às universidades que aderirem o projeto do governo; contrários, por mais uma vez o MEC optar por fragmentar o debate sobre o projeto de universidade, querendo discutir estes aspectos somente nas instâncias governamentais e institucionais.
Há de se pensar em possibilidades de investimento na educação pública, em especial na educação básica e fundamental, onde a situação é mais precária, repensando a formação de professores, valorização da profissão, a renovação do currículo, além das questões materiais e de estrutura. No que diz respeito ao ensino superior, vislumbra-se a necessidade de expansão de vagas nas Universidade públicas, supressão de programas tal qual o PROUNI ( que propiciam desvios de verbas públicas para instituições privadas), pensando que é possível promover expansão com qualidade sem perder de vista o tripé: ensino, pesquisa e extensão, bem como da função Social da Universidade.

Assim, prezamos por transformações que tornem acessíveis a entrada na Universidade a todos aqueles que desejarem, pricipalmente àqueles que acreditam no caminho da Educação e do conhecimento como principal forma de desenvolvimento humano e resignificação social.



Texto extraído do Jornal DCE-UFG, Maio 2009